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ARTE E EDUCAÇÃO
nomuque.net

A ESCOLA DO FUTURO

 

            Em fins do ano passado, alunas minhas do IA-UNESP, não sei se para se desincumbirem de uma tarefa vieram me perguntar sobre como eu achava que seria a escola do futuro. Sendo alguém que sempre gostou de questões e tendo sido quase sempre professor, atrevi-me a lhes responder, embora calmamente, sobre como eu pensava o problema ESCOLA. O problema. Sim. Numa sociedade que cresceu como cresceu a nossa (refiro-me à sociedade do Planeta) nos últimos duzentos e cinqüenta anos, a escola foi-se tornando, a cada dia que passava, mais e  mais importante. Porém, a sua configuração e o processo de ensino/aprendizagem poderão estar mudando radicalmente. E tudo tem a ver com as mais avançadas tecnologias, com aquilo que está tão em moda falar, que é a chamada EDUCAÇÃO À  DISTÂNCIA. Bem, tudo de que necessitará a escola do futuro já está aí, mas a viabilidade econômica para uma aplicação geral terá de esperar mais algum tempo . Por isso dizemos, ainda, ESCOLA DO FUTURO. Numa tal escola , o professor ou instrutor continuará a ter um papel fundamental, só que, de uma central, que cobrirá uma pequena cidade, ou parte de uma megalópole, dará instruções a um número muito maior de alunos que terão a chance de perguntar ou responder no ato a estímulos. Ao mesmo tempo, vai ser visto pelo mestre e demais participantes do processo: da AULA. TV e INTERNET, tudo acoplado, com telão plano de alta definição nas casas. Periodicamente, um encontro de participantes com aula cara-a-cara, até ao ar livre, como eram as preleções socráticas na Antiga Grécia. A abrangência, de tempos em tempos poderá aumentar até uma escala nacional, ou mesmo mundial, dependendo dos conteúdos a serem ministrados e dos interesses que estiverem em jogo.
            Sempre fui contra reprovações. Difícil foi a vez que não tive problemas em conselhos de classe nas escolas estaduais onde trabalhei. Sempre considerei uma barbaridade alguém falante e pensante do Português, aluno freqüentador das aulas vir com zero ou E em Língua Portuguesa. Como seria possível? Afinal, o aluno, além de não escrever, não falava? A escola tem de julgar o aluno, mas sempre julga  com uma única medida, quando sabemos que há tipos diferentes de inteligência. Como reprovar um aluno numa única disciplina? Ele poderá ser tão bom em outras... Não subestimo meus alunos. O tempo me ensinou que, às vezes, o melhor não é o que sempre se saiu bem nas coisas escolares, embora até possa vir a ser. Atualmente, nas duas instituições de ensino superior onde trabalho, encontro alunos com repertório acima de qualquer média e sei que eles contam com muitas fontes para obter informação: do convívio com os colegas (onde brotam discussões) ao livro, INTERNET, discos, TV, rádio, aulas, conferências, viagens freqüentes... Por quais razões eu complicaria a a vida dos alunos  com provas dificílimas se, no presente e num futuro próximo, eles disporão de toda informação essencial para que tenham um bom desempenho na vida? Minha grande preocupação é dar boas aulas. Quando avalio através dos instrumentos tradicionais, procuro medir a aplicação, pois a inteligência - muito embora transpareça em tudo o que ele fizer -  poderá sonegá-la e só mostrá-la plenamente em ambiente completamente outro. Que a avaliação tradicional não seja algo intimidador ou o melhor juiz.
            Espero que a ESCOLA  DO FUTURO resolva esse tipo de problema. O desempenho  na vida é que fará a melhor avaliação. Que o diga Einstein!

OMAR KHOURI

 



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