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JOSÉ PANCETTI
Dentre os artistas dum Modernismo brasileiro já avançado, Giuseppe, ou melhor, José Pancetti ocupa um lugar de grande importância, não se encontrando entre os notórios - não fez obra monumental patrocinada por Governo, nem foi de badalação como muitos de antes, mas principalmente os de hoje, que comparecem com freqüência nas chamadas "colunas sociais". De pai e mãe italianos, como muitos de nossos pintores - e Portinari é o mais notório, um exato contemporâneo de Pancetti; Volpi nasceu na Itália e veio muito cedo para o Brasil - nasceu Pancetti em Campinas, no ano de 1902 (faleceu no Rio de Janeiro, em 1958). Tendo sido marinheiro, isto marcou a sua vida, comparecendo como tema - as MARINHAS - na maior parte de seus quadros. Pancetti chegou a estudas pintura, ganhou premios, pintou, principalmente paisagens e, quando retratos, era melhor nos que fazia uma auto-abordagem.
Pancetti, como paisagista, deu o melhor de si. Tendo recebido influências várias, acabou por descobrir um caminho prório, que consistiu num processo de despojamento, que quase chegou à abstração. Reduziu a um mínimo os elementos da paisagem. O difícil estava aí: ser simples e Pancetti soube fazê-lo.
Quando morreu - relativamente cedo - em 1958, a abstração no Brasil, que dera seus primeiros passos em fins dos anos 40, estava em sua época de grande florescimento, com os concretistas, Volpi - que viria a ser considerado o maior pintor brasileiro de todos os tempos - chegava ao máximo de depuração de formas e cores, com uma abstração peculiar e, logo mais, com os neo-concretistas, sediados no Rio de Janeiro. Pancetti nos trouxe uma pintura limítrofe que, sem chegar a ser abstrata, reduziu-se a um mínimo dos mínimos de elementos gráficos e picturais, alcançando uma qualidade rara entre nós, que só gente como Tarsila, Guignard e alguns outros poucos alcançaram.
Esta exposição que aconteceu recentemente na FAAP (de 06 a 28 de fevereiro) depois de ter estado na Bahia (Salvador - Pancetti chegou a morar na Bahia e a produzir muito lá) e Rio de Janeiro só vem a confirmar, com suas cem telas, a excelência de um pintor chamado José Pancetti. OMAR KHOURI
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